quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SOU COBAIA DA MINHA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA

 

Sou cobaia da minha própria experiência

 

O laboratório sou eu,

As pipetas, meus desejos.

Misturo doses de "talvez"

Com gotas de "e se?".

Agito tudo no cadinho da alma,

E observo a reação,

Sem manual, sem bula,

Apenas a intuição.

 

Às vezes, a explosão de cores,

O riso que preenche o ar.

Outras, o sedimento opaco,

A lágrima a escorrer, sem cessar.

Não há controle, nem grupo placebo,

Só o meu corpo, meu tempo,

Onde cada erro é lição,

E cada acerto, uma nova direção.

 

Navego em mares nunca dantes navegados,

Com bússola interna, nem sempre calibrada.

Desfaço rotas, refaço planos,

A vida me testando, eu me testando,

Nessa dança caótica e bela,

Onde a única certeza é a incerteza,

E o maior experimento,

É simplesmente, ser.