Sou cobaia da minha própria experiência
O laboratório sou eu,
As pipetas, meus desejos.
Misturo doses de
"talvez"
Com gotas de "e
se?".
Agito tudo no cadinho da
alma,
E observo a reação,
Sem manual, sem bula,
Apenas a intuição.
Às vezes, a explosão de
cores,
O riso que preenche o ar.
Outras, o sedimento opaco,
A lágrima a escorrer, sem
cessar.
Não há controle, nem grupo
placebo,
Só o meu corpo, meu tempo,
Onde cada erro é lição,
E cada acerto, uma nova
direção.
Navego em mares nunca
dantes navegados,
Com bússola interna, nem
sempre calibrada.
Desfaço rotas, refaço planos,
A vida me testando, eu me
testando,
Nessa dança caótica e
bela,
Onde a única certeza é a
incerteza,
E o maior experimento,
É simplesmente, ser.