sábado, 23 de agosto de 2014

ENTRE O AGORA E O INFINITO INSTANTE

 

Entre o Agora e o Infinito Instante

Eu fecho os olhos e tento capturar.

Não o tempo, não o espaço,

mas a sensação deste exato momento.

O calor da cadeira sob meu corpo,

o som distante do tráfego na rua,

o próprio batimento do meu coração.

É um ponto minúsculo na vasta tapeçaria do universo,

mas é o meu universo inteiro, agora.

 

Eu sinto a vertigem.

A consciência de que este "agora"

já está escorrendo,

se tornando "antes",

enquanto o "depois" se aproxima,

veloz e inelutável.

É a dança constante entre o que é e o que será,

um fio tênue que me conecta

a um futuro incerto.

 

Penso nas infinitas possibilidades que habitam cada segundo.

A palavra que poderia ser dita,

o caminho que poderia ser tomado,

a escolha que molda o amanhã.

E percebo que, neste instante efêmero,

reside uma eternidade.

A capacidade de respirar, de sentir, de pensar,

é um milagre que se renova a cada tique do relógio.

 

Eu abro os olhos e o mundo continua lá,

em seu ritmo implacável.

As pessoas apressadas, as luzes da cidade,

a constante mudança que tudo permeia.

Mas algo em mim se acalmou.

A compreensão de que o infinito não é um lugar distante,

mas a própria essência do presente.

 

Eu me permito habitar este entre-lugar,

nem preso ao que passou, nem ansioso pelo que virá.

Apenas existindo, plenamente,

neste delicado equilíbrio

entre o agora que pulsa

e o infinito instante que me abraça.

E neste espaço, encontro uma paz profunda,

a certeza de que cada respiração é um universo em si.