Entre o Agora e o Infinito Instante
Eu
fecho os olhos e tento capturar.
Não
o tempo, não o espaço,
mas
a sensação deste exato momento.
O
calor da cadeira sob meu corpo,
o
som distante do tráfego na rua,
o
próprio batimento do meu coração.
É
um ponto minúsculo na vasta tapeçaria do universo,
mas
é o meu universo inteiro, agora.
Eu
sinto a vertigem.
A
consciência de que este "agora"
já
está escorrendo,
se
tornando "antes",
enquanto
o "depois" se aproxima,
veloz
e inelutável.
É
a dança constante entre o que é e o que será,
um
fio tênue que me conecta
a
um futuro incerto.
Penso
nas infinitas possibilidades que habitam cada segundo.
A
palavra que poderia ser dita,
o
caminho que poderia ser tomado,
a
escolha que molda o amanhã.
E
percebo que, neste instante efêmero,
reside
uma eternidade.
A
capacidade de respirar, de sentir, de pensar,
é
um milagre que se renova a cada tique do relógio.
Eu
abro os olhos e o mundo continua lá,
em
seu ritmo implacável.
As
pessoas apressadas, as luzes da cidade,
a
constante mudança que tudo permeia.
Mas
algo em mim se acalmou.
A
compreensão de que o infinito não é um lugar distante,
mas
a própria essência do presente.
Eu
me permito habitar este entre-lugar,
nem
preso ao que passou, nem ansioso pelo que virá.
Apenas
existindo, plenamente,
neste
delicado equilíbrio
entre
o agora que pulsa
e
o infinito instante que me abraça.
E
neste espaço, encontro uma paz profunda,
a
certeza de que cada respiração é um universo em si.