quarta-feira, 1 de novembro de 2017

MISTO

 

Misto

 

Permaneço mistério e presença.

Não sou decifrável,

nem me desfaço ao toque.

Há um véu invisível

que me veste,

mesmo quando estou nu.

 

Minha face se revela em sombras,

minha voz, em sussurros.

Sou o enigma que pulsa,

o rastro que ninguém segue

até o fim.

 

E nessa dualidade,

onde o conhecido se funde ao indizível,

eu habito.

Sou o que você vê e o que não vê,

o que você sente

sem nunca compreender totalmente.

Um segredo vivo,

sempre aqui,

sempre além.