Pulsação Interior
Sinto em mim um compasso demorado, não a pressa da superfície, mas a batida funda da terra.
Um ritmo lento, como as ondas quebrando na praia distante, um vai e vem constante, que escapa à pressa dos ponteiros.
Uma contração do eu, o recolhimento da energia, o silêncio que precede a palavra, o instante denso antes do florescer.
E então, a expansão sutil, o desabrochar lento da consciência, o preenchimento do espaço interno, a suave irradiação do ser.
Este pulsar íntimo, essa maré interna, não se apressa, não se força, apenas acontece, em sua cadência própria.
É o respirar da alma, o bater do coração da identidade, um ciclo constante de interiorização e manifestação.
Sinto este ritmo em cada célula, na quietude dos pensamentos, na profundidade das emoções, uma dança ancestral do ser que sou.
E nesta lenta pulsação, nesta sutil contração e expansão do eu, encontro a melodia fundamental da minha própria existência.