sexta-feira, 27 de maio de 2011

UNIVERSO SILENCIOSO

 Universo Silencioso

Dentro de mim,
um universo de palavras sufocadas
gira em silêncio.

Não explode,
não reclama,
mas pulsa —
como estrela que ninguém vê.

Há frases inteiras
presas na garganta,
com o peso de constelações.

Segredos antigos,
nomes que nunca chamei,
despedidas que não couberam no tempo.

Tudo orbitando
no espaço estreito
entre o que sinto
e o que deixo escapar.

Às vezes,
me sento no centro do peito
e escuto.

As palavras querem nascer,
mas temem o ar,
a forma,
o depois.

Então ficam.
E esse ficar
vai me tornando
galáxia calada,
coração com céu demais

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