quarta-feira, 22 de maio de 2013

MAR QUE MORA NO PEITO

 

Mar que Mora no Peito

carrego um mar
sem costa nem mapa
que bate em ondas calmas
ou se agita sem razão

não se vê na superfície
mas se ouve —
num silêncio molhado
que molha os olhos

esse mar em mim
não tem fim nem fundo
tem memórias afundadas
tem correntezas que voltam
mesmo quando já foram

às vezes sou barquinho
às vezes naufrágio
às vezes farol

mas sempre,
o mar mora aqui

e mesmo quando tudo seca,
mesmo quando a alma racha,
ele pulsa —
salgado e vivo
feito verdade

é no peito que ele habita
como se minha carne fosse areia
e minha respiração, maré

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