Gritos Sem Rosto
Há um grito em mim que não
reconheço.
Não tem voz, não tem
rosto,
eco em paredes que não
existem.
É um desespero surdo,
uma urgência que não se explica.
Ele nasce, cresce,
mas não encontra caminho
para fora,
ou para dentro, onde eu o
pudesse nomear.
É um emaranhado de nó,
um mapa sem legenda,
e eu, o explorador perdido
na própria geografia da
alma.
Nem eu entendo meus
gritos.
São idiomas de dor
que minha mente não
traduz.
Apenas a reverberação de
um tremor
que me habita, secreto,
e me deixa à deriva
no oceano do que não sei
sobre mim.
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