Reconstrução Transparente
Fui reconstruído com vidro
e vento.
Sem tijolo, sem argamassa.
Apenas a transparência
frágil
do que vê e do que passa.
O vidro me deu a memória
das rachaduras,
o brilho dos cortes,
a luz que atravessa
e não esconde.
E o vento, ah, o vento me
ensinou
a ser flexível, a curvar
sem quebrar,
a carregar sussurros e ir
embora.
Não sou de concreto,
nem de madeira antiga.
Minha estrutura é um
sopro,
uma silhueta contra o céu.
Permito que o mundo me
veja por dentro,
e que o ar me leve um
pouco.
E nessa nova forma, leve e
etérea,
aprendi que a solidez não
está
no que se acumula,
mas no que se permite ser
moldado e levado,
um fragmento de luz,
um suspiro em movimento.
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