sábado, 28 de março de 2020

sexta-feira, 27 de março de 2020

quinta-feira, 26 de março de 2020

DIAS DE SILÊNCIO

 

Dias de Silêncio

 

Há dias que a voz se recolhe,

vira concha.

O mundo fala, grita,

e a gente só escuta,

ou nem isso.

 

São dias de poeira nos cantos,

e a alma se aquietando,

um passo de cada vez,

no piso frio do próprio ser.

 

A tela acende, o telefone vibra,

mas a resposta mora longe,

numa ilha que só existe

quando as palavras

tiram férias.

 

Nesses dias,

o silêncio é uma língua

que a gente esquece de falar,

mas entende perfeitamente.

É a gramática da pausa,

o respiro entre uma frase

e a próxima vida.

 

Foto de Barra do Piraí - RJ - Bairro da Química - 01-06-2018 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí - RJ -

Bairro da Química -

Visto do Bairro Santo Antônio -

01-06-2018 -

Vicente Siqueira

sexta-feira, 20 de março de 2020

Foto de Barra do Piraí - RJ - Praça Oliveira Figueiredo - 20-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí - RJ -

Praça Oliveira Figueiredo -

20-01-2016 -

Vicente Siqueira

ECO DO SENTIMENTO

 

Eco do Sentimento

O peso no peito, a sombra que insiste,

Uma voz interna que acusa, que persiste.

Você revive a cena, o "se eu tivesse",

O nó na garganta, a culpa que te veste.

 

É um fardo invisível, pesado,

Por erros que foram, ou apenas imaginados.

Mas veja bem, essa emoção que te abraça

É apenas um eco, um resquício que passa.

 

Não é uma falha intrínseca, um desvio.

É a mente tentando entender o vazio,

Ou o excesso, o que não cabe, o que transborda.

A culpa é um sentir, não uma sentença que acorda.

 

Permita-se a ela, sem julgamento severo.

Observe-a, como uma nuvem no céu sereno.

Ela vem, ela vai, não é sua essência, seu ser.

Apenas mais uma cor no vasto acontecer.

 

Deixe que o perdão, o seu próprio, floresça.

Pelo que foi, pelo que é, pela sua presteza

Em sentir, em crescer, em simplesmente existir.

Não se culpe por sentir culpa, é apenas um fluir.

quinta-feira, 12 de março de 2020

quarta-feira, 11 de março de 2020

À MARGEM DO TEMPO

 

À Margem do Tempo

(Explorando a ideia de felicidade adormecida na poeira do tempo e no não pertencimento)

 

Há uma casa no fim do agora, onde a poeira não se assenta de todo, apenas flutua, preguiçosa, nos feixes tênues de uma luz que não chega.

Foi lá que a felicidade dobrou seus lençóis de riso, arrumou a cama com cuidado, e se deitou para um sono sem pressa, sem despertador, sem sol na janela.

É um lugar de ninguém, sem nome no mapa dos sentimentos, sem placa indicando a direção. Um interstício entre o que foi e o que não é mais, uma terra de fronteira onde as pegadas não deixam rastro.

E ela dorme, embalada não pelo ritmo do coração que pulsa forte ou do passo que caminha firme, mas por uma cadência suave de não pertencimento. Um balanço lento, como um barco à deriva em águas calmas, sem porto de chegada, sem âncora para fincar.

A poeira do tempo a cobre como um véu, sutil, quase invisível. Ela respira devagar, um sopro que não move o ar estagnado. E lá fica a felicidade, adormecida, no silêncio particular do lugar de ninguém, esperando um chamado que talvez nunca venha, enquanto o ritmo do não pertencimento ecoa na vastidão vazia.




terça-feira, 10 de março de 2020

quinta-feira, 5 de março de 2020