sexta-feira, 19 de junho de 2020

MAPAS PARA NENHUM LUGAR

 Mapas para Nenhum Lugar

 

Não há linhas traçadas,

nem setas apontando o Norte.

Meu mapa é uma folha em branco,

onde cada passo inventa o solo.

 

Os acidentes geográficos são meus medos,

os rios, as dúvidas que serpenteiam.

Não procuro tesouros ocultos,

apenas a respiração do caminho

sob meus próprios pés.

 

As bússolas que um dia me guiaram

viraram pó, estrelas cadentes.

E a liberdade, agora, é ter a coragem

de andar sem destino predefinido,

de ser o andarilho e a trilha.

 

Cada encruzilhada é uma escolha não feita,

uma porta para o que simplesmente é,

sem promessa de chegada.

O paraíso, talvez, seja este voo sem pouso,

este eterno estar em trânsito.

 

E assim, navego por paisagens internas,

sem rumo, sem nome para a ilha final.

O mapa é para nenhum lugar,

porque o lugar, sou eu,

em cada instante de incerteza

e infinita possibilidade.

 

 


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Foto de Barra do Piraí - RJ - Centro - Rua Tiradentes - 20-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí - RJ -

Centro -

Rua Tiradentes -

20-01-2016 -

Vicente Siqueira

O LIMITE DE UM FIO ESTICADO

 

O Limite de um Fio Esticado

 

E o limite de um fio esticado,

prestes a romper, mas teimosamente intacto.

Não é fragilidade, é uma resistência exaustiva.

Cada puxão, cada tensão, aproxima do ponto final,

mas a corda ainda vibra, ainda suporta.

 

É o limite da alma,

onde a elasticidade já não existe,

e a ruptura parece a única lógica.

Mas o fio, teimoso, mantém-se,

uma metáfora da persistência imposta,

da força que se nega a ceder,

mesmo quando tudo clama por um fim.

 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

sexta-feira, 5 de junho de 2020