Mapas para Nenhum Lugar
Não há linhas traçadas,
nem setas apontando o Norte.
Meu mapa é uma folha em branco,
onde cada passo inventa o solo.
Os acidentes geográficos são meus medos,
os rios, as dúvidas que serpenteiam.
Não procuro tesouros ocultos,
apenas a respiração do caminho
sob meus próprios pés.
As bússolas que um dia me guiaram
viraram pó, estrelas cadentes.
E a liberdade, agora, é ter a coragem
de andar sem destino predefinido,
de ser o andarilho e a trilha.
Cada encruzilhada é uma escolha não feita,
uma porta para o que simplesmente é,
sem promessa de chegada.
O paraíso, talvez, seja este voo sem pouso,
este eterno estar em trânsito.
E assim, navego por paisagens internas,
sem rumo, sem nome para a ilha final.
O mapa é para nenhum lugar,
porque o lugar, sou eu,
em cada instante de incerteza
e infinita possibilidade.
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