Semente Afogada
Há um eco no peito,
um grito sem garganta,
abafado antes do som,
engolido pela própria sede.
Ele se enrosca nas costelas,
pesa na respiração,
um lamento mudo
por tudo o que queria ser voz.
E ao lado, no mesmo solo árido,
jazem as sementes:
desejos sem sol, sem orvalho,
que jamais encontram a luz.
Permanecem submersos,
promessas de flor que não vingam,
destinados ao esquecimento
na escuridão de um "se fosse".
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