Correndo em Círculos
O caminho se repete,
o mesmo passo, a mesma pedra,
embora o cenário mude
no labirinto da cabeça.
As ideias voltam,
ecos de ecos,
perguntas antigas
sempre à tona,
uma fita rebobinando
o que nunca teve fim.
É o tic-tac da dúvida
que não se cala,
o compasso do ser
preso em sua própria jaula
de vidro transparente,
onde a saída é sempre a entrada.
Canso de girar em torno do mesmo,
de buscar o nó
que desata a alma,
mas encontro apenas o começo
de um novo e idêntico amanhecer.
E neste eterno retorno,
a única certeza
é o movimento circular,
a infinita dança
que me leva de volta
ao ponto exato
onde nunca estive.