A Contradição Transparente
No palco interno,
o desejo acende luzes fortes,
querendo palco, aplausos,
a voz do mundo.
Ele dança, salta,
quase grita seu nome,
a forma exata do que busca,
o toque que falta.
Mas a boca,
uma linha reta,
mantém-se fechada,
o silêncio, um véu pesado.
O que se quer
corre selvagem
sob a pele fina,
e o que se exibe é a calma,
a ausência do clamor.
Duas verdades
coexistem no mesmo ar,
uma que brota e outra que murcha,
no mesmo jardim,
o desejo e o seu túmulo.
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