quarta-feira, 21 de junho de 2023

A CONTRADIÇÃO TRANSPARENTE

 

A Contradição Transparente

 

No palco interno,

o desejo acende luzes fortes,

querendo palco, aplausos,

a voz do mundo.

 

Ele dança, salta,

quase grita seu nome,

a forma exata do que busca,

o toque que falta.

 

Mas a boca,

uma linha reta,

mantém-se fechada,

o silêncio, um véu pesado.

 

O que se quer

corre selvagem

sob a pele fina,

e o que se exibe é a calma,

a ausência do clamor.

 

Duas verdades

coexistem no mesmo ar,

uma que brota e outra que murcha,

no mesmo jardim,

o desejo e o seu túmulo.

 

 

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