quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

À PORTA

 

À Porta

Eis que estou —
não longe, não oculto —
mas à porta.
Onde o silêncio ecoa
e a alma se conforta.

Bato sem pressa,
sem arrombar os dias,
com a mansidão
de quem conhece
as chaves do coração.

Se ouvires a minha voz
no vento da tarde,
no lampejo da dúvida,
no sussurro da verdade —
abre.

Não trago fardos,
trago mesa.
Trago vinho,
trago pão,
trago a luz que acende
tua própria direção.

Entrarei sem exigir,
cearei sem cobrar,
e a solidão que te cerca
irá me acompanhar —
e sumir,
como névoa diante
do olhar.

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