quarta-feira, 9 de maio de 2007

INSÔNIAS

 INSÔNIAS

Escancarou-se a boca da noite,
a engolir-me em seus
deprimentes silêncios,
estilhaçando cristais.

Seus tentáculos sustentados
em minha garganta,
tirando-me a calma
e a alma.

Lá, não-sei-onde,
o badalar de não-sei-quantas
horas a avisar-me
que se avizinhava a manhã,
doentia,
grávida de sol.

Não é o tempo que não passa,
são os cães que não ladram,
as corujas que não piam,
o aquário que não borbulha,
(e os scotchs que não são mais
os mesmos,
definitivamente não são).

Nenhum comentário:

Postar um comentário