terça-feira, 20 de maio de 2008

MORADA

 Morada

A inspiração não grita,
ela sussurra da gaveta.
É o cheiro do café passado,
a dobra torta da coberta,
um nome que volta
sem que alguém chame.

Ela mora perto.
Entre a fresta e o tempo.
Entre o quase e o pensamento.
Às vezes, veste o silêncio
e senta no sofá
sem fazer alarde.

Não é preciso buscar longe.
Basta abrir a janela
com um pouco de alma,
deixar a porta encostada,
e o peito desarmado.

Até já,
coração aberto.
Ela sempre volta
quando é bem recebido.

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