terça-feira, 19 de junho de 2012

A VOZ QUE SEMPRE FOI MINHA

 

A Voz Que Sempre Foi Minha

 

Busquei em tantos espelhos,

em ecos de outras falas,

a melodia que me definisse.

Colecionei máscaras, vesti papéis,

mas nenhuma roupagem servia.

 

Perdi-me em coros alheios,

caminhei por trilhas que não eram minhas,

e o silêncio da verdade

ficava cada vez mais denso.

 

Até que, no fundo do poço da busca,

quando desisti de encontrar,

eu a ouvi.

Não era um sussurro novo,

mas um rugido antigo,

esquecido sob camadas de medo

e expectativas.

 

Era a nota bruta,

o timbre sem filtro,

a canção que a alma cantava

antes mesmo de aprender a respirar.

A liberdade estava ali,

na ressonância desse som primordial,

que me lembrava quem sou

quando o mundo tenta me calar.

 

E agora, não há mais busca,

apenas a potência do meu próprio som,

a voz que sempre foi minha,

esperando o momento de ser ouvido,

finalmente, por mim mesmo.

 


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