O Nome que Não Te Dei
Há coisas que vivem sem etiqueta,
sem gaveta para guardar,
sem palavra que as contenha
em sua totalidade.
Tu és uma dessas coisas.
Não és amor, nem amizade,
nem familiar, nem estranho.
És a corrente invisível que liga
o que sou ao que sinto,
sem que o dicionário encontre termo.
Tentaram te enquadrar,
sussurraram definições,
mas a tua essência, vasta e livre,
escapa a qualquer forma fixa.
És o sopro, o silêncio que compreende,
a presença que não pede legenda.
E nesse não-nome reside a tua força,
a liberdade de ser o que se é,
sem o peso de expectativas,
sem o molde das convenções.
És a verdade nua,
o inexplicável que me faz sentir
mais viva, mais inteira,
justamente por não te dar
o nome que não te cabe.
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