Imagens de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro... Fotos de Barra do Piraí, RJ - e DOCES POESIAS importadas de quedocespoesias.blogspot.com - Vicente Siqueira
quinta-feira, 30 de maio de 2019
sábado, 25 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
RUAS EM SILÊNCIO
Ruas em Silêncio
Quando a
cidade dorme
as ruas se fazem silêncio
um silêncio que fala
em vozes mansas e pausadas
não há
pressa nem barulho
apenas o sussurro do vazio
e o eco das lembranças
que ficaram no asfalto
essas
ruas silenciosas
guardam os segredos do dia
os passos que não ouvimos
e os sonhos que ainda vêm
é no
silêncio da rua
que encontro a paz oculta
a promessa de um novo
amanhecer
O EFÊMERO TEATRO DA VIDA
Efêmero Teatro da Vida
Eu
me sento, espectador silencioso,
no
grande palco do mundo.
As
luzes mudam com o passar das horas,
o
cenário, a cada estação.
E
os atores, nós mesmos,
entram
e saem de cena,
em
um balé constante de chegadas e partidas.
É
o teatro efêmero da vida.
Eu
observo os figurinos, as máscaras,
as
expressões que mudam a cada fala,
a
cada passo.
Há
o drama, a comédia, a tragédia,
tudo
misturado em um enredo sem ensaio prévio.
As
cortinas se abrem e se fecham,
e
a cada ato, uma nova versão de nós surge,
moldada
pelas experiências,
pelas
dores, pelos amores.
Há
cenas que eu gostaria de pausar,
de
reviver em câmera lenta:
o
riso que explodiu sem motivo,
o
abraço que me aqueceu a alma,
o
instante de revelação que mudou tudo.
E
há outras que eu gostaria de apagar,
de
reescrever,
mas
o script não permite.
A
vida segue seu curso imparável,
e
nós, apenas interpretamos nossos papéis.
Eu
sinto a fragilidade de tudo.
A
beleza que desabrocha e fenece,
a
voz que se cala,
o
olhar que se perde no horizonte.
Mas
também sinto a força da impermanência,
que
nos ensina a valorizar cada aplauso,
cada
silêncio,
cada
respiração no palco.
E
ao final do dia, quando as luzes diminuem,
e
o palco se prepara para a próxima performance,
eu
me levanto, talvez um pouco mais sábio,
um
pouco mais consciente
de
que sou parte dessa grande peça sem fim.
E
a cada amanhecer,
a
cortina se ergue novamente,
e
eu estou pronto para o meu próximo ato,
nesse
teatro efêmero e maravilhoso que é viver.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
quarta-feira, 15 de maio de 2019
domingo, 12 de maio de 2019
INFLAÇÃO - MONSTRO VORAZ
Inflação - Monstro Voraz
O pão na prateleira
Olha pra mim
Com um preço que era de ontem
Mas hoje
É o dobro
Ou mais.
O carrinho do mercado
Encolhe.
As marcas preferidas
Viraram luxo.
A gente faz conta
No corredor
Com a calculadora do celular
E a esperança minguando.
O salário?
Ah, o salário...
Um papel que derrete
Nas mãos.
Compra menos,
Vale menos,
A cada dia que passa.
O futuro fica turvo.
Os planos,
Aqueles pequenos sonhos
De uma viagem,
De uma reforma,
De um conforto a mais,
Adormecem.
Ou fogem.
A gente aperta o cinto.
De novo.
E de novo.
Até sentir o osso.
O dinheiro que não dá
É a conversa da esquina,
Do almoço,
Do fim do dia.
Inflação alta.
Não é só um número
Na notícia.
É a vida que encolhe
No prato,
No bolso,
Na alma da gente.
MONSTRO VORAZ
(Soneto sem fim)
E o troco some, vira pó no ar,
O que era certo, hoje é incerto assim,
O quilo do queijo, triste de pagar.
A feira murcha antes de chegar em casa,
O sonho de ter algo vai morrendo,
A cada novo dia, a vida escassa,
O bolso chora, a gente vai sofrendo.
A conta chega cruel, sem ter piedade,
O plano de poupar, vira miragem,
E o futuro incerto, sem claridade,
A vida aperta em cada nova passagem.
Assim a inflação, monstro voraz,
Consome a esperança, rouba a paz.
sexta-feira, 10 de maio de 2019
quinta-feira, 9 de maio de 2019
CENSORED
Censored
tanta batalha de ser contrário ao cérebro,
que insistia em afirmar:
não,
que o momento não se fazia preparado.
quedaram-se, então,
lábios e pensamentos
apressados em ânsias
de tanto se entregar
à procura dos arrepios,
dos movimentos desconexos,
dos prazeres da pele
— e do corpo mais profundo.
refeitos do susto causado
pelo encontro com o instante
de encantamento
e de louvor ao prazer,
quem passou a dar ordens
ao cérebro, antes tímido,
foram, a um só tempo,
lábios e mãos
que, despudorados,
não se permitiam censuras.
quarta-feira, 1 de maio de 2019
INSÔNIAS
INSÔNIAS
Escancarou-se
a boca da noite,
a engolir-me em seus
deprimentes silêncios,
estilhaçando cristais.
Seus
tentáculos sustentados
em minha garganta,
tirando-me a calma
e a alma.
Lá,
não-sei-onde,
o badalar de não-sei-quantas
horas a avisar-me
que se avizinhava a manhã,
doentia,
grávida de sol.
Não é o
tempo que não passa,
são os cães que não ladram,
as corujas que não piam,
o aquário que não borbulha,
(e os scotchs que não são mais
os mesmos,
definitivamente não são).
A cama se faz imensa,
mas o abandono me reclama,
enquanto o buscar solitário
da saciedade
ainda se refestela em mim,
em gotas que,
cristalinas,
despencam do chuveiro
reparador.