Sobreviver às Perguntas
Não são só as respostas que pesam,
mas a avalanche de interrogações
que brotam da terra, do ar,
do silêncio mais profundo.
Elas chegam como maré cheia,
onda após onda,
cada uma trazendo seu grão de areia
de dúvida existencial.
Como respirar sob tanto "porquê"?
Como caminhar quando o chão
é feito de "e se"?
Não há abrigo, não há fim.
A luta não é para encontrar o porto,
mas para aprender a boiar
no oceano de "quem sou eu",
de "qual o sentido".
É um fôlego longo,
um músculo da alma que se estica
para não ceder ao abismo
aberto por cada nova questão.
E assim, entre um ponto e outro,
entre o abismo e o abismo,
eu aprendo a existir,
não apesar das perguntas,
mas por causa delas.
Sobreviver é a única resposta,
quando todas as outras
se recusam a chegar.
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