LABIRINTO SEM MAPA
não sei
dizer quando começou
talvez numa tarde qualquer
quando a luz do quarto parecia errada
ou quando o silêncio das coisas
ficou mais alto que o meu fôlego
senti um
não-sentir
uma vontade vaga
de sumir
mas deixando recados nos espelhos
tudo
parecia um gesto inacabado
entre querer e não querer
entre ir e ficar
como se meu corpo vacilasse
numa fronteira invisível
nenhuma
palavra era suficientemente funda
nenhuma ausência, suficientemente ruidosa
para explicar esse vácuo que
não cabe em poema
apenas
sigo
com esse pressentimento
de estar sempre
numa espécie de labirinto sem mapa
onde até o erro parece familiar.
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