segunda-feira, 15 de maio de 2017

SÓLIDA SOLIDÃO

 

SÓLIDA SOLIDÃO

Meu quarto inerte me deixa só,
e o frio (estúpido) se desprende da
vidraça fechada atrás das cortinas
de cetim amarelo-doentio.

Em meu peito, meus braços me dizem
que já não suportam o vazio
que deixas quando não vejo nem toco
teus lábios.

Quisera poder sugá-los
por todos os ângulos,
em todos os lugares:
em minha cama,
no cinema,
no drive-in,
em qualquer parque onde brotam
as vincas,
na rua,
na dura realidade do dia a dia.
Até sentir que não
morrerei
na (não nessa) solidão.

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