quarta-feira, 16 de junho de 2010

AINDA PENSO

 Ainda Penso

 

 Em mim todas as consciências:

as ancestrais e as jovens.

Efêmeras.

Vêm e se abrem, e então

... o corte.

 

E a mesma mão que alcança,

é a que arranca.

Mas não penso que é o fim.

Não, jamais.

Porque mesmo na ausência,

no vazio deixado,

há o perfume.

Aquela memória olfativa,

a prova de que existiu,

de que marcou.

E como marcou.

 

Um rastro invisível

que se recusa a morrer no ar,

persistindo, insistindo.

Como se cada sopro me lembrasse:

fui, sou, serei,

mesmo sem estar.

 

É a eternidade do efêmero,

a presença da falta.

A vida,

em seu mais puro e

desconcertante estado de ser.

E mesmo assim

você não se importa.

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