Ainda Penso
Em mim todas as consciências:
as ancestrais e as jovens.
Efêmeras.
Vêm e se abrem, e então
... o corte.
E a mesma mão que alcança,
é a que arranca.
Mas não penso que é o fim.
Não, jamais.
Porque mesmo na ausência,
no vazio deixado,
há o perfume.
Aquela memória olfativa,
a prova de que existiu,
de que marcou.
E como marcou.
Um rastro invisível
que se recusa a morrer no ar,
persistindo, insistindo.
Como se cada sopro me lembrasse:
fui, sou, serei,
mesmo sem estar.
É a eternidade do efêmero,
a presença da falta.
A vida,
em seu mais puro e
desconcertante estado de ser.
E mesmo assim
você não se importa.
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