quarta-feira, 19 de junho de 2013

AMORES QUE NÃO SABEM QUE FORAM

 Amores que Não Sabem se Foram

 

Não houve adeus marcado,

nem porta batida com estrondo.

Apenas um silêncio alongado

que se espalhou entre nós,

como névoa ao amanhecer.

 

Eles pairam, esses amores,

como canções esquecidas no rádio,

mas que de repente tocam,

e a melodia enche o ar

de um tempo que ainda vive.

 

São risos que ressoam

em corredores vazios,

toques que a pele ainda lembra,

perfumes que o vento,

cruelmente, às vezes traz.

 

Não se sabe se morreram,

se adormeceram profundamente,

ou se apenas mudaram de endereço,

morando agora

na penumbra dos pensamentos,

na cicatriz que não dói,

mas que nunca sumirá.

 

E assim, carregamos essas sombras leves,

essas presenças ausentes,

amores que se recusam a ser passado,

eternamente suspensos

entre o que foi e o que não é mais,

sem nunca saberem

se, de fato, partiram.

 

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