De quem já passou e deixou marcas
Nem tudo vai
embora
quando parte.
Há presenças que ficam
na ausência.
Rastros sutis
que o tempo não apaga,
só acomoda.
De quem já passou,
ficou o cheiro em certas horas,
uma música que não toca igual,
o jeito de olhar o mundo
com um pouquinho mais de cuidado.
São marcas,
não feridas.
Sinais de que houve encontro,
de que algo em mim
foi tocado
pra nunca mais ser o mesmo.
E não quero
esquecer.
Não preciso arrancar lembranças
pra seguir.
Carrego-as comigo
como quem carrega cicatrizes bonitas —
daquelas que contam histórias
sem precisar doer de novo.
Algumas pessoas
partem,
mas antes disso
plantam coisas que nascem devagar
no chão secreto da alma.
E o que floresce
ali
nem sempre tem nome,
mas tem raiz.
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