quinta-feira, 16 de junho de 2011

AGORA É BASTA

 AGORA É BASTA

(Revolta Presente)

 

O "não" ecoa, mas não me surpreende mais.

Não há recuo, nem virada em direção contrária

à minha natureza, ao que me faz ser.

Seu "não" retumba, mas não me cala.

O eco que outrora tamborilava no ego desnudo

Hoje é grito que rasga o silêncio.

A contundência da recusa não me dispersa,

Não me torna nuvem passageira,

Mas sim tempestade que se forma,

Um catálogo de sentimentos que não mais reprimo.

A irritação transborda, a mágua salta aos olhos.

Nesse olhar que antes me desprezava,

Agora há o fogo da minha própria revolta.

Não mais aceito, não mais me rendo.

É basta.

 

 

E NESSE BASTA, A TERRA TREME

 

Porque essa revolta não é um mero surto.

Ela brotou do solo árido de anos de silêncio,

Adubado pela paciência esgotada e pela esperança pisoteada.

Não é de ontem, nem de hoje.

É a explosão de uma semente que teimava em não morrer,

Mas que agora, em vez de flor, se fez vulcão.

Não há mais "nuvem passageira" para dissipar a dor,

Só a rocha em erupção, o magma que queima e transborda.

E se antes meu ego era desnudo e calado,

Agora ele se veste de fúria e de verdade.

O desprezo que percebi no seu olhar,

Hoje se reflete no espelho da minha própria determinação.

Não é só um basta dito, é um basta sentido até a alma.

É a quebra da corrente, a libertação do silêncio,

A voz que por tempo demais foi sufocada,

E que agora, finalmente, explode

Nenhum comentário:

Postar um comentário