segunda-feira, 13 de junho de 2011

NOVA CALIGRAFIA DA ALMA

 

Nova Caligrafia da Alma

 

Eu escrevia a minha história com traços hesitantes,

Uma letra miúda, quase ilegível,

Cheia de vírgulas de dúvida e pontos finais de medo.

As margens, apertadas, mal permitiam respirar,

E o enredo, ah, o enredo era só o que esperavam de mim.

 

Mas então veio um sopro, uma brisa nova,

Que não pediu licença, apenas chegou.

E, de repente, a pena que eu segurava,

Não era mais a mesma.

Não era uma quebra, era um redesenho.

 

Você chegou, ou talvez foi a vida em si,

E mostrou que existiam outras tintas,

Cores vibrantes que eu não ousava usar.

A caligrafia da minha alma mudou.

Os garranchos viraram curvas suaves,

As linhas retas, agora dançam em arabescos.

 

Não é mais um texto a ser lido em voz baixa.

É um poema de traços largos, em negrito,

Com espaços para o imprevisível,

E uma fluidez que eu nem sabia que tinha.

A tinta é a coragem, o papel é a liberdade,

E cada palavra é um passo novo, sem receio.

 

Hoje, minha alma escreve sem pausas forçadas,

Com um estilo que é só meu, sem cópias.

Os erros viraram rascunhos de aprendizado,

E as páginas em branco, convites à criação.

É um novo eu, com uma nova caligrafia,

Mais autêntica, mais bonita, mais eu.

E o melhor? A história está apenas começando.

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