Nova
Caligrafia da Alma
Eu
escrevia a minha história com traços hesitantes,
Uma
letra miúda, quase ilegível,
Cheia
de vírgulas de dúvida e pontos finais de medo.
As
margens, apertadas, mal permitiam respirar,
E
o enredo, ah, o enredo era só o que esperavam de mim.
Mas
então veio um sopro, uma brisa nova,
Que
não pediu licença, apenas chegou.
E,
de repente, a pena que eu segurava,
Não
era mais a mesma.
Não
era uma quebra, era um redesenho.
Você
chegou, ou talvez foi a vida em si,
E
mostrou que existiam outras tintas,
Cores
vibrantes que eu não ousava usar.
A
caligrafia da minha alma mudou.
Os
garranchos viraram curvas suaves,
As
linhas retas, agora dançam em arabescos.
Não
é mais um texto a ser lido em voz baixa.
É
um poema de traços largos, em negrito,
Com
espaços para o imprevisível,
E
uma fluidez que eu nem sabia que tinha.
A
tinta é a coragem, o papel é a liberdade,
E
cada palavra é um passo novo, sem receio.
Hoje,
minha alma escreve sem pausas forçadas,
Com
um estilo que é só meu, sem cópias.
Os
erros viraram rascunhos de aprendizado,
E
as páginas em branco, convites à criação.
É
um novo eu, com uma nova caligrafia,
Mais
autêntica, mais bonita, mais eu.
E
o melhor? A história está apenas começando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário