Na
teimosia das sementes
Há um
tempo em que tudo parece seco.
O chão, o olhar, os gestos.
Mas ali, quieta,
sem alarde,
uma semente insiste.
Não pede
licença.
Não exige aplausos.
Apenas rasga a terra por dentro,
num esforço sem nome
que só os vivos compreendem.
Ela não
quer saber se vai chover.
Se o mundo está pronto.
Se há espaço.
Ela apenas segue,
como quem ouviu um chamado antigo
e não consegue mais voltar atrás.
Na
teimosia das sementes
mora a lembrança do início
e o desejo do depois.
Mesmo que
os dias sejam duros,
mesmo que ninguém veja,
algo em nós também rompe.
Também cresce.
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