Tentando
Decifrar o Invisível em Você
Eu
te via em fragmentos, em gestos soltos,
Na
superfície clara do seu riso,
Na
melodia óbvia da sua voz.
Achava
que te conhecia, que a história
Era
só o que se mostrava, sem mistérios.
Mas
algo me puxava, um eco sutil,
Uma
certeza de que havia mais.
Então
tentei decifrar o invisível em você.
Não
o que seus olhos mostravam, mas o que guardavam.
Não
o que suas palavras diziam, mas o silêncio entre elas.
Busquei
as curvas da sua alma, os arabescos ocultos,
Aqueles
traços que só se revelam
Quando
o coração se permite aprofundar.
Fui
atrás do vento que te movia,
Das
raízes que te prendiam,
Das
estrelas que te guiavam em segredo.
Cada
silêncio seu era um enigma,
Cada
hesitação, uma porta a ser aberta.
Procurei
a cor dos seus sonhos não ditos,
O
peso das suas alegrias guardadas.
Não
foi fácil. O invisível é assim,
Resiste
à lógica, se esconde na luz.
Mas
cada fragmento descoberto,
Cada
nuance revelada no seu olhar,
Era
um tesouro, uma nova peça do seu quebra-cabeça.
E
percebi que a beleza maior em você,
Não
era o que podia ser visto, tocado ou falado,
Mas
aquilo que, mesmo sem forma,
Redesenhava
o meu mundo a cada descoberta.
O
invisível em você era a própria magia.
Outro
tema: a cor dos seus sonhos não ditos
A
Cor dos Seus Sonhos Não Ditos
Eu
te via no dia a dia, em tons reais,
A
paleta da rotina, clara e definida.
Conhecia
o azul do seu céu quando estava feliz,
O
cinza suave quando a tarde pesava.
Mas
havia algo além do visível,
Um
universo particular, um véu sutil.
Eram
os seus sonhos não ditos,
Pintados
em matizes que só você podia ver.
Não
era o vermelho da paixão declarada,
Nem
o verde da esperança que se mostra.
Mas
talvez um âmbar antigo de um desejo esquecido,
Ou
o violeta profundo de uma ambição secreta.
Eu
tentava imaginar essa paleta oculta,
A
cor daquele voo que você guardava,
O
brilho do ouro de uma vitória silenciada.
Seria
um tom pastel de uma memória infantil,
Ou
um azul elétrico de uma ideia que te acendia,
Mas
que nunca encontrava voz.
E
nesse esforço de te decifrar sem palavras,
Nesse
mergulho na nuance invisível do seu ser,
Percebi
a beleza da sua complexidade.
Pois
a cor dos seus sonhos não ditos
Era
a sua verdade mais pura, mais íntima,
Um
jardim secreto onde as flores floresciam em tons únicos,
E
onde eu, mesmo sem ver, aprendia a amar cada matiz.