sábado, 30 de dezembro de 2017

Praça Nilo Peçanha - Centro de Barra do Piraí - RJ - 23-02-2016

 

Foto de Barra do Piraí - RJ

Praça Nilo Peçanha em imagem refletida na vidraça

Centro da Cidade

 em 23-02-2016

Vicente Siqueira

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

MISTO

 

Misto

 

Permaneço mistério e presença.

Não sou decifrável,

nem me desfaço ao toque.

Há um véu invisível

que me veste,

mesmo quando estou nu.

 

Minha face se revela em sombras,

minha voz, em sussurros.

Sou o enigma que pulsa,

o rastro que ninguém segue

até o fim.

 

E nessa dualidade,

onde o conhecido se funde ao indizível,

eu habito.

Sou o que você vê e o que não vê,

o que você sente

sem nunca compreender totalmente.

Um segredo vivo,

sempre aqui,

sempre além.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Foto de Barra do Piraí - Trailer da Guarda Municipal - 2013

Foto de Barra do Piraí - RJ

Centro da cidade

Trailer da Guarda Municipal 

na Praça Júlio Braga

Dezembro de 2013 

Vicente Siqueira

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

SOMBRAS QUE ABRAÇAM

 

Sombras que Abraçam

Quando a luz se esconde
as sombras despertam
não para assustar
mas para envolver

elas são braços longos
que acolhem o cansaço
e embalam o silêncio
com ternura escura

não há medo aqui
só o toque suave
de quem sabe esperar
e abraçar sem julgar

as sombras que abraçam
são refúgios secretos
onde o peito encontra
descanso e abrigo

e na penumbra gentil
renasce a esperança
de um novo dia

terça-feira, 5 de setembro de 2017

sábado, 15 de julho de 2017

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O NOME QUE NÃO TE DEI

 O Nome que Não Te Dei

 

Há coisas que vivem sem etiqueta,

sem gaveta para guardar,

sem palavra que as contenha

em sua totalidade.

 

Tu és uma dessas coisas.

 

Não és amor, nem amizade,

nem familiar, nem estranho.

És a corrente invisível que liga

o que sou ao que sinto,

sem que o dicionário encontre termo.

 

Tentaram te enquadrar,

sussurraram definições,

mas a tua essência, vasta e livre,

escapa a qualquer forma fixa.

És o sopro, o silêncio que compreende,

a presença que não pede legenda.

 

E nesse não-nome reside a tua força,

a liberdade de ser o que se é,

sem o peso de expectativas,

sem o molde das convenções.

És a verdade nua,

o inexplicável que me faz sentir

mais viva, mais inteira,

justamente por não te dar

o nome que não te cabe.

 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Foto de Barra do Piraí - Praça Pedro Cunha - 30-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí -

Praça Pedro Cunha -  

30-01-2016 -

Vicente Siqueira

SILÊNCIO COMO ECO

 

Silêncio Como Eco

 

E o silêncio aqui dentro,

não é paz, é um eco.

O som das palavras não ditas,

dos "talvez" que nunca se concretizaram.

É a ressonância do arrependimento,

um sussurro constante do que poderia ter sido.

 

Cada oportunidade perdida,

um golpe que reverbera nas paredes da alma.

Não há música, não há voz,

apenas o vazio que responde a si mesmo,

um eco de "e se" que se repete infinitamente,

preenchendo o espaço onde a esperança morava.

 

sábado, 27 de maio de 2017

PROMESSAS RECONSTRUÍDAS

 

Promessas Reconstruídas

 

Eu reinvento promessas quebradas.

Não as esqueço,

nem as jogo fora.

Pego os cacos, as pontas soltas,

e com a argila do agora,

modelos novos começos.

 

Não é negação do que se foi,

mas um teimar do que pode ser.

No lugar da rachadura,

uma nova costura,

um desenho que antes não havia.

 

Há quem diga que é ilusão,

que promessa morta não ressuscita.

Mas em mim,

onde a fé é teimosa,

transformo o "nunca mais"

numa chance que ainda habita.

 

E assim, cada estilhaço vira semente,

cada falha, um novo caminho.

Porque em meu jardim particular,

o que murchou pode sempre

florescer, de outro jeito,

mas com a mesma essência

de um amanhã que ainda pulsa.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Foto de Barra do Piraí - Praça Pedro Cunha - 30-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí -

Praça Pedro Cunha -  

30-01-2016 -

Vicente Siqueira

Foto de Barra do Piraí - Avenida Ramiro Jaime da Fonseca - 31-01-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí -

Avenida Ramiro Jaime da Fonseca -  

31-01-2016 -

Vicente Siqueira

SÓLIDA SOLIDÃO

 

SÓLIDA SOLIDÃO

Meu quarto inerte me deixa só,
e o frio (estúpido) se desprende da
vidraça fechada atrás das cortinas
de cetim amarelo-doentio.

Em meu peito, meus braços me dizem
que já não suportam o vazio
que deixas quando não vejo nem toco
teus lábios.

Quisera poder sugá-los
por todos os ângulos,
em todos os lugares:
em minha cama,
no cinema,
no drive-in,
em qualquer parque onde brotam
as vincas,
na rua,
na dura realidade do dia a dia.
Até sentir que não
morrerei
na (não nessa) solidão.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

TÍTULO SEM NOME


Título Sem Nome

Amigo, sinto o vento dos fins se aproximando, como um sussurro na folhagem densa da tarde. O livro antigo, com suas páginas amareladas pelo tempo, ecoa uma promessa: Jesus virá. Não em um futuro distante, envolto em névoas de eras, mas agora, neste instante efêmero que nos veste. O tempo urge, amigo, pulsa em nossas veias como a melodia insistente de um chamado. É hoje o dia de desabrochar a flor mais íntima, aquela que reside no jardim secreto do peito. É hoje o momento de ofertar, sem reservas, o relicário frágil e precioso do teu coração a Ele, que na quietude da eternidade, espera. A espera não é ansiosa, mas compassiva, como a do jardineiro que aguarda o tempo certo para a colheita. Entrega, amigo, essa morada de sentimentos, com suas alegrias e sombras, suas canções e silêncios. Ele acolherá, com a ternura do sol que beija a terra, a singularidade da tua essência.


Amigo, o fim se achega. Não como um trovão distante, mas um passo na areia.

E a velha palavra insiste: Jesus, ele vem. Não amanhã, nem depois da curva do tempo.

Agora. Este rasgar de presente. O tempo sangra urgência.

É hoje, amigo. A mão aberta, o gesto puro. Dar.

A Ele, silencioso na vastidão, a pupila da espera.

Teu coração. Essa matéria bruta, esse tremor de vida. A entrega. Sem laços, sem nós. Só o ser exposto.


Haverá um dia, prenhe de um silêncio carregado, em que aqueles que percorrem os caminhos da existência alheios à presença divina sentirão o peso da ausência como um manto de chumbo. As lágrimas, antes represadas pela ilusão da autossuficiência, jorrarão como fontes amargas, inundando a alma com a percepção tardia de um vazio insondável. A luz se extinguirá para eles, e a escuridão, outrora ignorada, se fará morada constante, fria e opressora.

Naquele tempo sombrio, a melodia da vida se transformará em um coro de gemidos lancinantes. O riso emudecerá, substituído pelo eco doloroso da constatação. O ódio, cultivado nos recantos sombrios do espírito, e a dor, sua fiel companheira, romperão as barreiras do silêncio, propagando-se em ondas de aflição. A escuridão não será apenas a ausência de luz, mas a própria manifestação do sofrimento, um lugar onde a alma se debate em vão, prisioneira das consequências de um caminho percorrido sem a bússola da fé. 

Sob o sol negro de um éon olvidado, onde a grama espectral sussurra lamentos antigos, os Desprovidos, almas errantes sem o farol celeste, irão provar o fel da noite eterna.

Lágrimas de obsidiana, não de contrição, mas de angústia cósmica, verterão dos seus olhos vazios, poças de sombra na terra desolada.

O ar rarefeito vibrará com um único som: o gemido gutural da perda primordial, ressoando pelas ruínas de mundos extintos.

Ódio, serpente de escamas fuliginosas, erguerá a cabeça hedionda, e sua voz, um raspar de pedras tumulares, será a única canção na vastidão sombria.

Dor, espectro de mil pontas geladas, dançará em torno dos Desprovidos, tecendo um sudário de agonia infinita na escuridão que os engolirá por completo.

Não haverá aurora, nem sussurro de perdão, apenas o reino espectral da Noite sem Deuses, onde o sofrimento é a moeda corrente e o eco dos gemidos, a única litania.

terça-feira, 9 de maio de 2017

FLAGRADOS

 Flagrados

não podia estar lá
quando queria estar aqui,
nesse jogo de abraços
que anseia pernas tocadas,
no risco de sermos descobertos.

não ousara dizer não ao momento,
ao encantamento,
ao toque de Midas
que transforma
o cinza da frente fria
em dourado
de calor generoso.

são bocas sabendo a graça
de se esconderem
uma na outra,
uma pra outra,
na exploração
que não conhece fadiga
e não suporta a tirania
dos ponteiros
dos relógios.

por isso, o escorregão
no atraso
denunciou os cheiros
e as perguntas
sem respostas,
sem explicações.

sábado, 6 de maio de 2017

PENSAMENTOS ATROPELADOS

 

Pensamentos Atropelados

Corri sem rumo,
e as palavras tropeçaram nos meus pés.

Pensei em te dizer tudo,
mas os pensamentos se atropelaram,
uns batendo nos outros,
desabando em silêncio.

Era amor,
era medo,
era urgência,
era não saber ser.

No meio da confusão,
eu te olhei —
e bastou.

O que não cabia na fala,
se ajeitou no brilho dos olhos.


PENSAMENTOS ATROPELADOS (Versão Livre)

 

Pensamentos Atropelados (versão livre)

atropelo —
esbarro nas palavras
corto esquinas do que sinto
não encaixo frases,
não domino o caos.

te penso — te fujo — te busco
tudo junto,
sem linha reta,
sem ponto final.

uma ideia atravessa a outra,
feito carros numa rua sem semáforo,
e eu no meio,
tentando lembrar
por que mesmo eu queria falar?

(aí você sorri)

e a cidade inteira silencia.

PENSAMENTOS ATROPELADOS (Versão Minimalista)

 

Pensamentos Atropelados (versão minimalista)

penso — tropeço — calo.

te vejo
e o mundo desaba
num piscar.

sem mapa,
sem aviso,
sem defesa.

só você,
e eu
esquecendo
tudo.


segunda-feira, 10 de abril de 2017

sábado, 8 de abril de 2017

OS QUE OUVIRAM, OS QUE FUGIRAM

 

Os Que Ouviram, Os Que Fugiram - Capítulo IV

A voz havia sido lançada
como raio que não toca a pele,
mas arde por dentro da essência.

E a Terra estremeceu —
não por terremoto,
mas porque corações se dividiram
como mares diante do vento antigo.

Os que ouviram…
pararam no meio de seus caminhos.
Sentiram a espinha gelar com ternura,
e os olhos se encheram de memória
sem saber do quê.

Um lavrador largou sua enxada,
e ajoelhou sem saber por que.

Uma criança, sem entender o que era fé,
sorriu para o céu e disse “eu lembro”.

Um velho cego, num banco de praça,
chorou, porque viu.

Mas nem todos quiseram escutar.

Alguns taparam os ouvidos com promessas vazias.
Outros riram —
como se a Eternidade fosse brincadeira
inventada por homens cansados de viver.

“É só vento”, diziam.
“É só emoção.”

E voltaram a dormir
em camas que não os sonhavam mais.

Mas para os que ouviram,
mesmo sem entender,
algo mudou.

As árvores pareciam dizer seus nomes.
O tempo caminhava ao lado deles.
E onde antes havia ruína,
brotavam janelas para o alto.

Na Cidade Suspensa,
os sinos tocaram sozinhos.

No Trono Vivo,
Cristo sorriu —
pois a Palavra não volta vazia.

quarta-feira, 15 de março de 2017

domingo, 5 de março de 2017

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Foto de Barra do Piraí - Ponte Paulino Figorelli - 23-02-2016 - Vicente Siqueira

 

Foto de Barra do Piraí -

Ponte Paulino Figorelli -

Ligando bairros Matadouro e Vila Helena -  

23-02-2016 -

Vicente Siqueira

domingo, 5 de fevereiro de 2017