quarta-feira, 9 de maio de 2018

A ELE

 

A ele

Amigo, o fim se achega. Não como um trovão distante, mas um passo na areia.

E a velha palavra insiste: Jesus, 

ele vem. 

Não amanhã, 

nem depois da curva do tempo.

Agora. 

Este rasgar de presente. 

O tempo sangra urgência.


É hoje, amigo. 

A mão aberta, 

o gesto puro. 

Dar.

A Ele, 

silencioso na vastidão, 

a pupila da espera.

Teu coração. 

Essa matéria bruta, 

esse tremor de vida. 

A entrega. 

Sem laços, sem nós. 

Só o ser exposto.


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