aprender a pedir perdão
não foi
de primeira.
demorou a entender
que pedir perdão
não é se humilhar,
é se humanizar.
levei
tempo
pra soltar a armadura,
pra não falar “desculpa”
como quem cumpre tabela,
pra não engolir o orgulho
com gosto de veneno.
tem um
silêncio
que vem antes do perdão.
um lugar sem palavra,
onde a culpa e o amor
sentam frente a frente
e não sabem o que dizer.
pedir
perdão
é perder o controle do roteiro.
é admitir que feri
mesmo sem intenção.
é dizer:
“não quero vencer —
quero voltar a caber no teu abraço.”
aprendi
devagar.
com a dor do outro,
com o espelho embaçado,
com a voz que treme
antes de confessar.
e ainda
erro.
mas agora sei:
perdão não é fim de nada.
é a única forma
de continuar.
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