sexta-feira, 23 de maio de 2025

SOBRE A LIBÉLULA (Bailarina de Vidro e Vento)

 

Bailarina de Vidro e Vento

(Sobre a Libélula)

 

Não prende a pressa seu voo breve,

a libélula, instante cintilante,

risca o ar líquido que a envolve.

 

Olhos de caleidoscópio atento,

captam o espectro fugaz do agora,

em cada faceta, um novo momento.

 

Asas de mica, quase nada, puro

reflexo efêmero do sol que finda,

dança no espaço, leve e seguro.

 

Não teme a mudança, o ciclo veloz,

emerge da água, veste outra cor,

renova a vida em cada novo nós.

 

Não busca raízes, o peso do chão,

prefere o éter, a brisa que a leva,

leveza solta, pura canção.

 

E quando a sombra alonga o capim,

repousa breve, joia translúcida,

guardando a magia que reside em si.

 

Assim a libélula nos inspira,

a ver a beleza no transitório,

a abraçar a mudança que nos mira.

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