Bailarina de Vidro e Vento
(Sobre a Libélula)
Não prende a pressa seu
voo breve,
a libélula, instante
cintilante,
risca o ar líquido que a
envolve.
Olhos de caleidoscópio
atento,
captam o espectro fugaz do
agora,
em cada faceta, um novo
momento.
Asas de mica, quase nada,
puro
reflexo efêmero do sol que
finda,
dança no espaço, leve e
seguro.
Não teme a mudança, o
ciclo veloz,
emerge da água, veste
outra cor,
renova a vida em cada novo
nós.
Não busca raízes, o peso
do chão,
prefere o éter, a brisa
que a leva,
leveza solta, pura canção.
E quando a sombra alonga o
capim,
repousa breve, joia
translúcida,
guardando a magia que
reside em si.
Assim a libélula nos
inspira,
a ver a beleza no
transitório,
a abraçar a mudança que
nos mira.
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