Sobre meus sonhos
Falo pouco deles,
mas os levo como quem carrega
pétalas dentro do bolso.
Meus sonhos não
gritam,
sussurram.
São tímidos,
mas teimosos.
Andam descalços,
com fé no chão que ainda não pisaram.
Não cabem em
currículos,
nem em prazos.
Não nasceram pra serem lógicos,
nasceram pra serem fiéis
ao que vibra quando tudo se cala.
Sonho com coisas
que não têm botão de desligar:
uma casa com cheiro de tarde,
um abraço que dura além do relógio,
um verso que me entende.
Às vezes, sonho
sem saber,
e acordo com a alma suada,
como se tivesse dançado com a possibilidade
de um mundo mais doce.
Meus sonhos não
pedem licença —
eles escrevem bilhetes à mão
e colam na porta do peito,
lembrando que ainda vale a pena.
mesmo que tentem traduzi-los em planilhas,
meus sonhos permanecem —
frios ou quentes,
mas vivos.
Muito vivos.
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