Final da Máscara
Final da
máscara, início da pele —
onde a mentira escorrega
e a verdade começa a arder.
Ali, eu andei descalço,
num estreito de mim mesmo,
sem margem,
sem muro,
sem véu.
Meus pés
tocaram o frio do chão
como quem reencontra um altar antigo,
e cada passo
era uma confissão sussurrada
ao silêncio que não julga.
Entre o
que escondi por anos
e o que restou quando caiu o pano,
eu encontrei um nome
que ainda sabia dizer.
Andei
descalço,
sobre pedras que lembravam
o quanto doeu ser outro,
o quanto custou voltar.
No
estreito, não havia fuga.
Mas havia passagem.
E do outro lado —
pele viva,
cicatriz sem vergonha,
alma porosa,
e a coragem tênue
de ser.
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