Tenho me encontrado sorrindo
Sem plateia.
Sem motivo grande.
Às vezes no meio de nada,
ou de tudo.
Tenho me
encontrado sorrindo
como quem reencontra um velho amigo
no espelho.
Não é euforia —
é ternura.
Como se algo em mim dissesse:
“vê? você tá indo bem,
mesmo sem saber pra onde.”
Sorrio enquanto
escovo os dentes,
enquanto espero a água ferver,
enquanto o mundo passa rápido
e eu aprendo a passar mais devagar.
É um sorriso que
nasce no silêncio,
nas pequenas vitórias invisíveis,
na paz de não precisar ser mais
do que sou agora.
Tenho me
encontrado sorrindo —
e esse verbo,
encontrar-se,
nunca me pareceu tão bonito.
Porque no fundo,
é isso que eu andava procurando:
um lugar dentro de mim
que não me cobrasse nada,
só me recebesse.
Com riso leve.
E sem pressa.
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