Morada Silenciosa no Agora
Habito este instante, como uma casa de paredes largas, onde o som do mundo exterior mal alcança o interior.
O presente se estende, um chão firme sob meus pés, e a voz antiga, faminta por aprovação, bate à porta, hesitante.
Não a convido a entrar. Seus sussurros de dúvida, seus anseios por espelhos que confirmem, perdem a força no limiar.
Aqui dentro, o silêncio nutre, acalma a ânsia de ser aceito, liberta o olhar para a beleza simples do instante que se desdobra.
Não preciso da ressonância alheia para saber que existo, que sou. Minha presença aqui e agora basta como um sol em seu próprio céu.
O ruído constante da busca por validação é uma melodia antiga, desafinada, que já não encontra eco em meus ouvidos.
Nesta morada do presente, a voz que importa é a do meu ser, silenciosa e profunda, afirmando a beleza de simplesmente estar.
E a liberdade floresce neste silêncio, nesta ausência de necessidade externa, permitindo que eu seja, integralmente, na quietude fértil do meu agora.
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