quinta-feira, 15 de maio de 2025

VIDA NUA

 

Vida Nua

O ar penetra, sem o lastro do ontem, sem a sombra do depois.

Vida nua, em cada célula sedenta, um renascimento a cada inspiração.

Os pulmões se expandem, espaço puro, inexplorado, onde só o agora reside, vibrante e pleno.

As lembranças esmaecem, como aquarelas na chuva, não pesam, não doem, apenas são ecos distantes.

A ansiedade se dissolve, névoa matinal dissipada pelo sol, o futuro não urge, não cobra, é apenas uma possibilidade distante.

Este fôlego, essência vital despojada, é a liberdade de ser, sem as correntes do tempo.

É a leveza da folha ao vento, a espontaneidade do rio que corre, a certeza silenciosa de que este instante basta.

Encher os pulmões assim, de vida desvestida de passado e futuro, é tocar a eternidade na efemeridade de cada inspirar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário