Vida Nua
O ar penetra, sem o lastro do ontem, sem a sombra do depois.
Vida nua, em cada célula sedenta, um renascimento a cada inspiração.
Os pulmões se expandem, espaço puro, inexplorado, onde só o agora reside, vibrante e pleno.
As lembranças esmaecem, como aquarelas na chuva, não pesam, não doem, apenas são ecos distantes.
A ansiedade se dissolve, névoa matinal dissipada pelo sol, o futuro não urge, não cobra, é apenas uma possibilidade distante.
Este fôlego, essência vital despojada, é a liberdade de ser, sem as correntes do tempo.
É a leveza da folha ao vento, a espontaneidade do rio que corre, a certeza silenciosa de que este instante basta.
Encher os pulmões assim, de vida desvestida de passado e futuro, é tocar a eternidade na efemeridade de cada inspirar.
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