Próximo do nada
Algo mais como um sentir. Não palavras, não imagens nítidas, nem a lógica fria de um pensamento.
É um vibrar suave sob a pele, no espaço entre os ossos, no ar que se move dentro do peito.
Uma certeza sem nome. Um saber que não passou pela porta estreita da razão.
É o calor que se espalha sem chama visível, a luz que não cega mas ilumina por dentro.
Um reconhecimento profundo, anterior à memória, anterior até ao ser chamado "eu".
É a textura invisível do ser, o peso leve da existência. A cor sem cor do estar presente.
Não se agarra. Não se define em frases. Escapa aos contornos da linguagem.
É algo como o eco de uma lembrança que nunca aconteceu, mas que reside na essência.
Apenas um sentir. Puro e simples. Uma ressonância. A presença quieta que se manifesta não como algo a ser entendido, mas algo a ser sentido.
E nesse sentir, há uma vasta compreensão que transcende todo o barulho e toda a forma.
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