quinta-feira, 15 de maio de 2025

O PULSAR DO NADA

 

O Pulsar do Nada

O silêncio se adensa, não a mera falta de som, mas um vácuo que engole as bordas, e em seu centro, o vazio absoluto.

Não é frieza inerte, é um abismo vivo, pulsando em mim, com a força paradoxal daquilo que não existe.

Na ausência de grito, o eco fantasma de todos os gritos que jamais foram dados, ou que se perderam no tempo, ressoa nessa cavidade.

Este nada não é ausência de ser, mas a potencialidade pura, o útero escuro onde tudo pode nascer, onde as palavras ainda não tomaram forma.

Sinto seu ritmo lento, uma contração e expansão sutil, como o bater de um coração cósmico que precede a criação.

Neste vazio absoluto que me habita, encontro a liberdade de ser sem definição, de escutar o sussurro primordial que antecede o verbo.

É um mergulho no não-manifesto, onde a identidade se desfaz e a pura consciência pulsa, na ausência de grito, na plenitude do nada.

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