Desvanecer das Memórias
Minhas
memórias salvas
estão se definhando.
Como
flores esquecidas na sombra,
como páginas amareladas
de um livro que já não abro.
Elas
ainda existem —
mas sem nitidez,
sem o calor que as fazia pulsar.
Rostos
perdem os contornos,
vozes se desfazem no vento,
lugares antes vivos
se tornam esboços
de um tempo que escapa.
Tento
tocá-las
com o pensamento,
mas elas recuam,
como se tivessem cansado
de esperar por mim.
O que era
abrigo
vira eco.
O que era certeza
vira neblina.
E eu,
com os olhos fixos no que já fui,
percebo o silêncio crescer
no espaço onde antes morava
a lembrança.
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