quarta-feira, 28 de maio de 2025

DESVANECER DAS MEMÓRIAS

 

Desvanecer das Memórias

Minhas memórias salvas
estão se definhando.

Como flores esquecidas na sombra,
como páginas amareladas
de um livro que já não abro.

Elas ainda existem —
mas sem nitidez,
sem o calor que as fazia pulsar.

Rostos perdem os contornos,
vozes se desfazem no vento,
lugares antes vivos
se tornam esboços
de um tempo que escapa.

Tento tocá-las
com o pensamento,
mas elas recuam,
como se tivessem cansado
de esperar por mim.

O que era abrigo
vira eco.
O que era certeza
vira neblina.

E eu,
com os olhos fixos no que já fui,
percebo o silêncio crescer
no espaço onde antes morava
a lembrança.

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