sexta-feira, 16 de maio de 2025

ESSA TRISTEZA

 Essa tristeza.

 Não tem nome no dicionário das emoções. 
Não é a melancolia clássica, 
nem o luto por algo perdido 
que se possa apontar com o dedo.
Ela apenas está. 

Uma névoa baixa que não se dissipa com o nascer do sol.
Não cabe em teorias psicológicas, 
não se encaixa em manuais. 
Não tem causa clara, 
diagnóstico preciso.
Não pode ser rotulada com as palavras conhecidas:
angústia, pesar, desânimo. 
É algo à parte. 
Uma cor indescritível no espectro do sentir.
Permanece. 
Não se esvai com o riso alheio, 
nem com a distração do dia. 
Um peso morno no centro do peito, 
uma sombra que não se move quando a luz muda.
É a companheira silenciosa em noites tranquilas, 
a voz discreta em meio à multidão.
Não veio por um motivo específico, 
pelo menos não um que a mente possa nomear. 

Ela é a paisagem interna, 
o clima persistente da alma.
Essa tristeza que não sai de mim. 
Não cabe em definições. 
Não se submete a teorias. 
Não pode ser rotulada. 
Ela simplesmente é. 
E na sua indefinível presença, 
reside um mistério que só o silêncio 
entende.

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