Essa tristeza.
Não tem nome no dicionário das emoções.
Não é a melancolia clássica,
nem o luto por algo perdido
que se possa apontar com o dedo.
Ela apenas está.
Uma névoa baixa
que não se dissipa
com o nascer do sol.
Não cabe em teorias psicológicas,
não se encaixa em manuais.
Não tem causa clara,
diagnóstico preciso.
Não pode ser rotulada
com as palavras conhecidas:
angústia, pesar, desânimo.
É algo à parte.
Uma cor indescritível
no espectro do sentir.
Permanece.
Não se esvai
com o riso alheio,
nem com a distração do dia.
Um peso morno no centro do peito,
uma sombra que não se move
quando a luz muda.
É a companheira silenciosa
em noites tranquilas,
a voz discreta
em meio à multidão.
Não veio por um motivo específico,
pelo menos não um que a mente possa nomear.
Ela é a paisagem interna,
o clima persistente da alma.
Essa tristeza que não sai de mim.
Não cabe em definições.
Não se submete a teorias.
Não pode ser rotulada.
Ela simplesmente é.
E na sua indefinível presença,
reside um mistério
que só o silêncio
entende.
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