A Certeza Silenciosa de Não Pertencer
Era como
estar no centro de uma sala
cheia de vozes
e não ser chamado por nenhuma.
Os copos
tilintavam,
os risos vinham em ondas,
mas o som não me atravessava.
Olhos
passavam por mim
como por vitrines vazias,
procurando algo que não sou.
Sentei no
chão invisível da minha ausência,
enquanto o mundo seguia
com seus gestos coreografados,
suas verdades acordadas em grupo.
Ali,
entre o bater do coração
e o eco das conversas alheias,
surgiu uma calma incômoda,
fina como névoa:
a certeza
silenciosa
de não pertencer.
Não como
quem foi expulso,
mas como quem sempre esteve
no lugar errado do mapa.
Ainda
assim, respirei.
Não como quem espera,
mas como quem aceita
ser intervalo.
E fiquei.
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