Sem nome
Em meu peito, não lateja uma dúvida, nem a pergunta afiada que exige resposta.
Há um peso sereno, uma densidade calma que não se explica.
É uma certeza. Não veio por caminhos lógicos, não seguiu as trilhas do "se isso, então aquilo". Não passou pelo crivo do porquê e do como.
Um saber. Mas não o saber das palavras, dos fatos alinhados, das equações precisas.
Este saber habita em algum lugar fundo, atrás das costelas, misturado ao ritmo constante do meu sangue.
Não bateu à porta estreita da razão. Simplesmente entrou. Permaneceu. Como a luz do sol que simplesmente é, aquecendo sem pedir permissão.
É sem nome. Não cabe em definições, em rótulos, em teorias.
É a raiz da convicção, anterior à crença. Um sentir absoluto, a quietude que conhece sem precisar provar.
Tenho em meu peito esta certeza sem nome. Este saber que respira em mim, além de toda porta, além de toda razão. E nela, encontro meu centro e meu silêncio mais profundo.
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