sexta-feira, 23 de maio de 2025

SOBRE A TARTARUGA (A Vida em Casco Lento)

 

O Tempo em Casco Lento

 (Sobre a Tartaruga)


O asfalto pulsa, pressa vã,

enquanto o tempo, em seu museu vivo,

rasteja em pedra, ancestral manhã.

 

Não sente o tic-tac, nem o alarido,

a tartaruga, mestre do compasso

que a pressa ignora, o medo tem banido.

 

Seu casco é mapa de eras passadas,

rugas de musgo, histórias do chão,

em cada escama, jornadas pausadas.

 

O mundo corre, um rio veloz,

ela medita, ilha de quietude,

onde a sabedoria encontra sua voz.

 

Não busca o troféu, a meta final,

mas o caminho, cada folha e grão,

a vida plena, em ritmo ancestral.

 

E quando a noite veste o céu de anil,

recolhe a alma em seu abrigo forte,

sonhando tempos de um futuro sutil.

 

Assim a tartaruga nos acena,

lembrando a força que reside em ser,

não em correr, na calma que serena.

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