O Tempo em Casco Lento
O asfalto pulsa, pressa
vã,
enquanto o tempo, em seu
museu vivo,
rasteja em pedra,
ancestral manhã.
Não sente o tic-tac, nem o
alarido,
a tartaruga, mestre do
compasso
que a pressa ignora, o
medo tem banido.
Seu casco é mapa de eras
passadas,
rugas de musgo, histórias
do chão,
em cada escama, jornadas
pausadas.
O mundo corre, um rio
veloz,
ela medita, ilha de
quietude,
onde a sabedoria encontra
sua voz.
Não busca o troféu, a meta
final,
mas o caminho, cada folha
e grão,
a vida plena, em ritmo
ancestral.
E quando a noite veste o
céu de anil,
recolhe a alma em seu
abrigo forte,
sonhando tempos de um
futuro sutil.
Assim a tartaruga nos
acena,
lembrando a força que
reside em ser,
não em correr, na calma
que serena.
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