SÓLIDA SOLIDÃO (Versão 2)
O café
esfria na xícara vazia,
o sol entra, tímido, pela janela,
e o frio se aloja nas paredes,
como se quisesse morar aqui.
Em meu
peito, os ecos dos passos
que não mais cruzam a porta,
e o vazio cresce como sombra,
ocupando cada canto, cada respiração.
Quisera
sentir, ao menos,
o calor de uma mão sobre a minha,
mas as teclas do piano permanecem mudas,
a música só existe em minha memória.
O
apartamento, agora um museu
de momentos não vividos,
sussurra lembranças que se perdem,
como folhas secas ao vento.
E eu,
perdido entre as estantes,
procuro o eco do que era,
mas a solidão me envolve,
semeando o silêncio em cada esquina,
como um relógio que não marca hora.
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