Brincar de degustar versos
Hoje, não quis resolver
o mundo.
Quis apenas brincar
de degustar versos,
como quem prova
pedaços de tarde
em colherinhas de silêncio.
Deixei que uma
palavra
derretesse na língua
como fruta madura.
Deixei que outra escorresse
pelo céu da boca
e tocasse o paladar
da lembrança.
Verso bom,
é aquele que não se engole com pressa.
É o que insiste em ficar,
entre um gole de céu
e um pensamento que ainda ferve.
Brincar de
degustar versos
é como comer o tempo com as mãos:
sem etiqueta,
sem pressa,
sem culpa.
a gente lambe os dedos
do sentido,
esperando o próximo poema
surgir do fundo da alma
como um sabor inventado
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