Feito maré
Diz
que foi, mas nunca parte,
deixa a sombra nos degraus.
Vai-se embora feito arte,
mas retorna nos finais.
Sopra
leve pela fresta,
fala baixo no quintal.
Feito noite que não resta,
toma tudo, é temporal.
E
eu, feito porto, espero —
mesmo quando fecho o cais.
Toda ausência tem mistério
de quem volta e quer demais.
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