Sinfonia do Mudo
Fones de ouvido desligados. O concreto respira um nada sonoro. Dentro, o volume se ajusta sozinho.
Sinfonia introspectiva: não cordas, mas nervos tensos relaxando. Não metais, mas o eco oco do pensamento. Não percussão, mas o pulso lento na têmpora.
Cada fibra do meu ser, antena captando o vácuo, ressona com a falta de barulho. Um uníssono estranho, onde a ausência é a nota fundamental.
O mundo lá fora, um feed barulhento, rolando sem parar. Aqui dentro, o scroll infinito pausa.
Vibro na frequência do silêncio, um download da alma, sem wi-fi, conectado apenas ao centro.
Esta não é a paz pasteurizada dos gurus. É o ruído branco da mente finalmente quieta, a orquestra do eu tocando o nada, e nesse nada, encontrando tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário